CONHEÇA MAIS DAS BELEZAS NATURAIS E HISTÓRICAS DE MORRETES-PARANÁ-BRASIL.
-VÍDEOS-
A repórter Michelle Rincon (Rede Globo de televisão-RPC-TV) saiu de Natal, no Rio Grande do Norte, e viajou mais de três mil quilômetros para Morretes, no interior do Paraná. Confira como foi o passeio:
Eu saí de Natal, a cidade do sol, no nível do mar, para uma das capitais mais frias do país: Curitiba. E eu não perdi tempo não. Mesmo depois de cinco horas de viagem fui logo pedindo pro taxista dar uma paradinha no jardim botânico. Ele é mesmo lindo com aquela estufa de vidro que mais parece um palácio.
No dia seguinte, pé na estrada, na verdade, nos trilhos. Eu estava ansiosa pra conhecer o Paraná. E eu não sou a única estreante aqui não. Essas jovens senhoras, 104 meninas, vão me acompanhar, pelo menos, em parte dessa viagem. ‘Nós fazemos parte de um grupo da terceira idade e elas tinham o sonho de descer de trenzinho, então estamos realizando esse sonho’, conta a aposentada Irene Ruane Montini.
Essa estrada de ferro tem mais de 128 anos de existência, é numa área preservada da Mata Atlântica, muita natureza. Nossos passageiros de viagens vão encontrar entre túneis, pontes e cachoeiras, paisagens deslumbrantes numa viagem que dura aproximadamente três horas, explica o gerente da linha férrea, Rogério Duarte.
Então vamos nessa! O passeio de trem é bom para todas as idades. São 953 metros de altitude do nível do mar. E aqui tem estrangeiro também. A Mary veio do Canadá para participar de uma competição de karatê e disse que está no Brasil pela primeira vez e que está sendo maravilhoso porque tem pessoas amáveis e muita beleza.
Aqui eu acabei descobrindo que essas árvores grandonas, as araucárias, são um dos símbolos do Paraná e estão até na bandeira do estado. A natureza aqui é privilegiada e muito preservada. No começo do caminho, saindo da cidade, vegetação rasteira, mas com uma hora de viagem já estamos no meio da mata fechada.
Esse é um dos trechos mais impressionantes do passeio. A gente está passando pelo viaduto do Carvalho e tem a sensação que o trem saiu dos trilhos e que começou a voar. Isso por causa da curva de 45 graus e da altura, são mais de 50 metros de despenhadeiro.
A gente desceu na estação Marumbi, onde muitas pessoas também aproveitam para descer e praticar o montanhismo, já que esse é considerado o berço do montanhismo brasileiro. Mas a gente vai no sentido contrário, pegar um jipe para fazer uma trilha rumo a Morretes.
As pedras são escorregadias. Aqui precisei de um apoio para descer em segurança. Idosos, crianças e pessoas com dificuldades de locomoção devem evitar esse caminho por onde passam, inclusive, animais selvagens... Mas isso não é comum, pelo que contam na região e o que salta mesmo aos olhos é o colorido das flores como as orquídeas e o som dos pássaros e da água que desce a montanha e corta o caminho.
O resto da trilha, 18 quilômetros serra abaixo, a gente percorreu de jipe. E a essa altura, a fome já bateu! Aí não tem saída, quem chega em Morretes tem que provar o prato típico: o barreado, que custa, em média, R$ 45 por pessoa. ‘O barreado é uma carne, cozida em uma panela de barro, com tempero, uma carne do dianteiro do boi, uma paleta, um músculo, uma carne meio dura. Fica horas cozinhando no vapor’, explica o garçom Willian.
A sugestão é comer o barreado com farinha de mandioca e olha só como ele testa o ponto do barreado: virando o prato na cabeça do cliente. E nada cai! “É muito gostoso. Quando ele botou assim pra ver se caía, deu um desespero. Mas é bem gostoso mesmo, a carne bem molinha, bem bom”, diz a advogada Marina Gabriela Pontes.
Algumas coisas chamam a atenção aqui em Morretes. Primeiro, essa temperatura mais agradável, diferente lá de Curitiba, que tem um frio característico. Aqui, a temperatura é bem mais amena. E outra coisa são as casas, as construções portuguesas que são encantadoras. Aquele ali foi o segundo prédio construído na cidade, o único que ainda resiste e hoje sedia uma pousada.
Tem também o lugar que funcionou o telégrafo, que ajudava na comunicação, principalmente durante os ciclos do ouro, da erva mate e da cana de açúcar, tempos áureos e movimentados na economia local. Hoje a agricultura e o turismo são as principais fontes de renda dos pouco mais de 15 mil habitantes de Morretes. A cidade inspira tranquilidade e o ecoturismo, com doses de aventura está crescendo.
A nossa pedida foi descer o Rio Nhundiaquara de bóia. Vesti colete salva-vidas, capacete, peguei a bóia e me juntei à turma numa caminhada até o local da descida. É uma ‘pernada’, como dizem aqui. O passeio alterna um pouco de emoção com relaxamento, o que também pode ser encontrado no passeio de caiaque. É bom fazer a descida do rio em duplas para não cansar tanto. Um fim de tarde para curtir a beleza da Mata Atlântica e recarregar as energias antes de retomar a rotina.
________________________________
______________________________